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domingo, 15 de maio de 2011

A Carne de Panela



Minha avó viveu no século passado e nos deixou algumas heranças intangíveis. Suas receitas nunca ensinadas e tão saudosamente lembradas acabaram de alguma forma virando uma espécie de lenda na família.

Tentei reproduzir sua famosa Carne de panela. Embora tenha ficado bastante boa, nem de perto lembra as feita por ela e que eram acompanhadas quase sempre de feijão vermelho e batata cortada em forma de canoa.

Talvez o sabor realmente nunca seja alcançado e continue povoando nossa imaginação como um mito que desejamos não descobrir. Talvez seja por que os ingredientes nunca serão os mesmos, pois o açougueiro não existe mais, nem os bois sejam criados, abatidos e conservados da velha forma (e que nem de longe desejamos ter de volta).

Mas a Tatú recheado em posta com batatas cozidas num molho consistente, apurado absolutamente de forma natural na panela de ferro e servido com espagueti aio i óio e farofa de bacon, remeteu-me de volta a 30 anos atrás, num sábado de chuva de outono. Como este.